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Relação íntima entre queijos e mutação de bolores


12.º Ano BIOLOGIA - IV. Produção de Alimentos e Sustentabilidade

Cientistas desvendam relação íntima entre queijos e mutação de bolores
Cientistas desvendam relação íntima entre queijos e mutação de bolores



A exemplo de muitos biólogos, Ricardo C. Rodriguez de la Vega, do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica, percorre o mundo em busca de espécies novas. Porém, enquanto outros cientistas se aventuram nas profundezas dos oceanos ou no meio da selva, Rodriguez de la Vega e os colegas visitam queijarias.
O queijo que compram está vivo com bolores; na verdade, muitos queijos exigem uma espécie em particular para maturarem adequadamente. Por exemplo, no caso do queijo roquefort, os queijeiros misturam Penicillium roqueforti ao coalho fermentador. O bolor espalha-se pelo queijo inteiro, dando a cor azul característica e o seu sabor.
Por outro lado, para produzir queijos moles como camembert ou brie, os queijeiros borrifam uma espécie diferente, o Penicillium camemberti, no coalho. O bolor espalha as suas gavinhas pelo queijo em formação, vindo a formar a casca. Quem mastiga a casca do camembert, está a comer uma cobertura sólida de bolor.
Além de influenciar o sabor, o bolor impede que o queijo estrague defendendo-o de estirpes contaminadoras de fungos ou bactérias.
Ao comparar os genomas de espécies diferentes de bolor, Rodriguez de la Vega e colegas reconstruíram a sua história. na revista Current Biology, os cientistas relataram que, inconscientemente, os queijeiros aceleraram a marcha evolucionária do bolor.
Eles não ganharam simplesmente mutações genéticas que os ajudam a crescer melhor no queijo. Nos últimos séculos, esses bolores importaram grandes porções de ADN de outras espécies para prosperar no seu novo habitat.
É uma escala de tempo tão pequena na evolução que chega a ser impressionante

Os primeiros queijos foram feitos há milhares de anos. Os queijeiros desenvolveram outras variedades muitas vezes encontrando novos bolores. Foi só no começo do século XX que os cientistas descobriram as identidades dos bolores que recolhiam. Somente então se tornou possível às queijarias industriais seleccionar determinadas cepas criadas em laboratórios para produzir queijo em fábricas.
Rodriguez de la Vega e colegas estavam curiosos para entender como as espécies de bolor mudavam quando as pessoas começavam a usá-las para fazer queijo. Afinal, as espécies selvagens do bolor Penicillium costumam alimentar-se de plantas em decomposição, não de leite.
Assim, os cientistas sequenciaram os genomas de dez espécies de Penicillium. Seis delas crescem no leite – porque são usadas para fazer queijo ou porque podem contaminar o queijo e estragá-lo. As outras quatro nunca são encontradas no queijo, incluindo a Penicillium rubens, bolor a partir do qual Alexander Fleming isolou o antibiótico penicilina em 1928.
Os cientistas reconstruíram a árvore evolucionária desses bolores. Na base estava o ancestral comum de todas as dez espécies: um bolor silvestre que viveu há milhões de anos. À medida que os seus descendentes se separavam, foram gradualmente se adaptando a novas formas de vida.

Durante anos, os cientistas encontraram provas de transferência genética horizontal entre eucariontes – espécies de animais como plantas e fungos. Porém, agora que os investigadores estão a examinar de perto mais genomas, a transferência genética horizontal está a revelar-se mais comum do que se pensava.
O bolor do queijo adopta entusiasticamente ADN estranho, constataram Rodriguez de la Vega e colegas. Até 5% do genoma inteiro de cada bolor estudado era composto pelo ADN de outras espécies.
Esse ADN tem vindo a saltar entre espécies diferentes nos últimos séculos, asseguram os cientistas franceses – provavelmente como resultado directo da produção de queijo. O facto de que pedaços do ADN adoptado são idênticos em espécies diferentes sugerem que foram partilhados recentemente, em termos evolucionários.
Os cientistas examinaram as duas maiores porções de ADN transferidos entre bolores. O maior, chamado Wallaby, contém 250 genes. O segundo maior, CheesyTer, contém perto de 60.
Nenhum dos dois estava presente nas espécies silvestre do bolor, e quando os cientistas compararam cepas de Penicillium roqueforti, encontraram os genes somente naqueles utilizados para produzir queijo. Acontece que Wallaby e CheesyTer ajudam o bolor a crescer mais rapidamente no queijo. O CheesyTer, por exemplo, tem um gene que parece deixar o bolor quebrar a lactose, o açúcar do leite. Contudo, o gene também reduz o crescimento do bolor numa dieta de açúcar simples.
«Estamos a seleccionar as coisas que não são boas na natureza, mas são boas para nós», afirmou Rodriguez de la Vega.
Os cientistas suspeitam que esses pedaços de ADN carreguem outros genes benéficos para o bolor forçado a adaptar-se à vida no coágulo do queijo. Tatiana Giraud, co-autora do estudo do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica, declarou que a compreensão dessa evolução poderia dar aos queijeiros novas ideias sobre como produzir outros sabores.
Todavia, Giraud também pensa que os cientistas que queiram modificar geneticamente o bolor para fazer queijos melhores deveriam levar muito a sério as lições da evolução. Outros bolores que contaminam o queijo podem pegar os genes modificados que os ajudam a prosperar, tornando-se um problema ainda mais grave para os queijeiros.


Diário Digital
19.10.2015

Segunda Oct 19, 2015 22:47 / netxplica.com

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