Fórum Netxplica
  • NETXPLICA
  • LOJA
  • FÓRUM
  • ESCOLA
  • E-LEARNING
  • Explicações
  • Reapreciações
    • Fórum Netxplica
    • Público

      •      
             
    • Utilizadores Registados

      •      
             
    • Utilizadores Especiais

      •      
             
  • Utilizadores
    Entrar / Login
    Registar
    Dificuldades Login/Registo
  • Artigos Ciências 7/8/9
  • Artigos Biologia 10/11/12
  • Artigos Geologia 10/11/12
  • Dúvidas BIOGEO 10/11
  • Dúvidas BIOGEO 10
  • Dúvidas BIOGEO 11

Poderá a doença de Alzheimer ser transmissível?


12.º Ano BIOLOGIA - II. Património Genético

Poderá a doença de Alzheimer ser transmissível em certas condições?
10.09.2015 - PÚBLICO.PT | ANA GERSCHENFELD



O estudo poderá ajudar a perceber melhor os mecanismos do desenvolvimento da doença de Alzheimer

Análise de cérebros de pessoas tratadas com hormona de crescimento derivada de cadáveres – e que morreram da doença de Creutzfeld-Jakob – levanta questões acerca da transmissibilidade da doença da Alzheimer entre seres humanos.

Um pequeno estudo, realizado por cientistas britânicos, sugere que, em circunstâncias extremamente invulgares, certas alterações cerebrais características da doença de Alzheimer poderão ter sido transmitidas entre humanos, há várias décadas, através da injecção de extractos de tecidos, colhidos em cadáveres, a pessoas com deficiências da hormona de crescimento. Os resultados foram publicados esta quarta-feira na revista Nature.

A ideia não é totalmente descabida. Existe de facto uma outra doença, muito bem estudada, que apresenta precisamente essa capacidade: a doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ), em que uma proteína anormal, chamada prião, se multiplica no cérebro das suas vítimas transformando-o literalmente numa esponja. Pertence à categoria das encefalites espongiformes – tal como a tristemente célebre doença das vacas loucas, que atingiu proporções epidémicas na Europa nos anos 1980. Recorde-se aliás que a doença bovina deu origem, por transmissão através da ingestão de carne infectada, a uma nova forma de DCJ no ser humano.

Seja como for, uma outra forma conhecida de DCJ deve-se justamente à transmissão de priões aquando de tratamentos realizados, entre 1958 e 1985, em crianças que não cresciam normalmente devido a deficiências da hormona de crescimento. Naquela altura não havia hormonas sintéticas e, para obter extractos da hormona, colhia-se a glândula pituitária de milhares de cadáveres.

Cerca de 30.000 pessoas receberam este tratamento no mundo ao longo desses anos. Mas quando começaram a aparecer casos de DCJ entre elas, o tratamento foi abandonado.

Como salientou John Collinge, do University College de Londres e um dos líderes do estudo agora publicado, durante uma teleconferência de imprensa que precedeu a publicação do trabalho, das quase 2000 pessoas que receberam o tratamento no Reino Unido 77 já morreram com DCJ. No mundo inteiro, estima-se que sejam cerca de 450 e, em certos países, a proporção atinge os 6,3% das pessoas tratadas. A título comparativo, o número de casos de DCJ na população geral é de cerca de um por milhão de habitantes por ano.

O que motivou de facto o presente estudo foi a DCJ e não a doença de Alzheimer – e a descoberta agora anunciada foi acidental. “Fizemos autópsias aos cérebros de oito vítimas do tratamento com hormona de crescimento e ficámos muito surpreendidos ao vermos que alguns apresentavam extensos depósitos de proteína beta-amilóide”, explicou Collinge. A beta-amilóide é uma proteína anormal que forma placas no cérebro dos doentes com Alzheimer. “Alguns tinham placas no cérebro, outros depósitos da proteína anormal à volta dos vasos sanguíneos cerebrais. Só um deles não apresentava este tipo de alteração.”

Como os doentes eram muito novos na altura da morte (tinham entre 36 e 51 anos), os autores começaram por descartar as razões mais óbvias para a presença dessas placas no seu cérebro, tais como a predisposição genética à Alzheimer precoce. Não encontraram nenhuma. Também compararam os cérebros de 116 vítimas de DCJ que nunca tinham recebido hormona de crescimento e, mesmo nas pessoas dez anos mais velhas, não encontraram qualquer sinal de patologia associada à proteína beta-amilóide.

Num artigo de comentário publicado na mesma edição da Nature, Mathias Jucker (Universidade de Tubingen, Alemanha) e Lary Walker (da Universidade Emory, EUA) resumem bem a conclusão – muito prudente – que se impõe à luz dos resultados: foram descobertos “indícios de que alterações cerebrais características da Alzheimer foram transmitidas entre humanos [e que] a transmissão ocorreu provavelmente através da injecção de hormona de crescimento humana derivada de cadáveres”.

Se já se sabia que era possível induzir a formação de depósitos de beta-amilóide injectando “sementes” desta proteína (minúsculos agregados) no abdómen de ratinhos, esta é a primeira vez que o fenómeno é observado no ser humano.

Contudo, como explicou ainda Collinge, isso não significa que, se não tivessem morrido com DCJ, aqueles doentes teriam um dia desenvolvido Alzheimer. Aliás, a equipa não detectou, nos cérebros dessas pessoas, um outro ingrediente essencial da doença: os “emaranhados fibrilares”, compostos de uma outra proteína, chamada tau.

Mas apesar de os autores – e muitos peritos a cujas reacções a imprensa internacional teve acesso antes da publicação dos resultados – enfatizarem que este estudo é puramente observacional e portanto não demonstra de maneira alguma que a doença de Alzheimer seja “contagiosa”, as conclusões não deixaram de suscitar, na já referida teleconferência, questões acerca da potencial transmissibilidade da doença de Alzheimer.

Em particular, o que dizer do risco associado a transplantes ou transfusões sanguíneas, neurocirurgias ou mesmo a certas operações dentárias? Tal como já aconteceu em raros casos com a DCJ, pode-se especular que seria possível transmitir acidentalmente as ditas “sementes” de beta-amilóide durante certas intervenções médicas comuns, que mais tarde poderiam levar ao desenvolvimento da doença de Alzheimer?

“Por enquanto, não há quaisquer dados epidemiológicos que sugiram que a beta-amilóide possa ser transmitida desta forma – e recomendo a todos que não cancelem uma cirurgia” por causa destes resultados, disse Collinge.

O que sim é preciso fazer, acrescentou, é conseguir perceber se as doenças de Alzheimer ou de Parkinson não serão mais semelhantes do que se pensava com doenças provocadas por priões como a DCJ, onde uma proteína anormal “cria adeptos”, levando as suas congéneres normais, naturalmente presentes no cérebro humano, a tornarem-se anormais.

“Por enquanto, nem sequer sabemos o que são exactamente as 'sementes' de beta-amilóide”, frisou. Daí que não seja possível ainda desenvolver ferramentas para estudar o seu comportamento e fazer "biologia quantitativa". "Quando soubermos isso, é provável que os métodos que desenvolvemos para estudar os priões possam ser aplicados.”

Quanto aos cerca de 1700 britânicos ainda vivos que receberam o tratamento hormonal há mais de 30 anos – e às dezenas de milhares no resto do mundo –, Collinge lamentou o facto de essas pessoas virem agora a inteirar-se pelos media deste novo risco potencial para a sua saúde. “Foi há tanto tempo, é difícil localizá-los. Mas estamos a fazer os possíveis para aconselhar e ajudar os que se apresentarem no nosso hospital.”

Quinta Sep 10, 2015 13:28 / netxplica.com

• Página 1 de 1


Responder

Últimos Artigos da Ciência Seleccionados

Mais de 20.000 artigos distribuídos por anos de escolaridade e respectivos temas programáticos.

  A lontra gigante que viveu na China há seis milhões de anos
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  O que nos une a uma criatura do mar que existiu há 540 M.a.?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  67% dos corais do Norte da Grande Barreira estão mortos
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Um violento bailado cósmico na origem dos anéis de Saturno
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Debaixo do coração gelado de Plutão há um mar viscoso?
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Girafas sofrem “extinção silenciosa”
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Egipto quer exportar crocodilo-do-nilo para sair da crise
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Sexo, chimpanzés e bonobos
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Cientistas suspendem no tempo desenvolvimento de embriões
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  A ilha de Santa Maria está a erguer-se do fundo do mar
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Dentro de 300 M.a. existirá o super-continente Aurica
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Quando é que as aves começaram a cantar?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  A cauda maravilhosa dum dinossauro que ficou presa em âmbar
11.º Ano GEOLOGIA - II, Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres

  Subida do nível do mar medida nas dunas de Tróia
12.º Ano GEOLOGIA - II. História da Terra e da Vida

  Por que é que algumas células resistem ao VIH?
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Conservação do Lince ibérico
8.º ANO CIÊNCIAS NATURAIS - 2.2. Protecção e conservação da Natureza

  Mulher deu à luz depois de transplante de tecido do ovário
12.º Ano BIOLOGIA - I. Manipulação da Fertilidade

  O mundo encantado dos cavalos-marinhos tem os seus segredos
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  Confirmado: Ceres tem água congelada
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Confirma-se: a gravidez muda o cérebro das mulheres
12.º Ano BIOLOGIA - I. Reprodução Humana

  Utilização do fracking pode aumentar número sismos
11.º Ano GEOLOGIA - III. Exploração sustentada de recursos geológicos.

  Metástases do cancro da mama começam antes da detecção
12.º Ano BIOLOGIA - II. Património Genético

  Português ajuda a descodificar o genoma dos pangolins
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  Como é que as aves perderam os dentes?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Caixa de ferramentas para editar genes ganhou 2 ferramentas
12.º Ano BIOLOGIA - II. Património Genético

  Toneladas de lixo estão a chegar a um reservatório de água
11.º Ano GEOLOGIA - III. Exploração sustentada de recursos geológicos.

  Novas tendências das alterações climáticas estão para ficar
12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

  Um rio de ferro corre cada vez mais depressa no interior
10.º Ano GEOLOGIA - III. Compreender a Estrutura e a Dinâmica da Geosfera

  As chitas estão em extinção
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  O que se passou com a bactéria da cólera desde o séc. XIX?
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Parasita que provocou grande fome na Irlanda veio da América
12.º Ano BIOLOGIA - IV. Produção de Alimentos e Sustentabilidade

  Descoberta uma espécie de rã nova para a ciência
11.º Ano BIOLOGIA - IX. Sistemática dos Seres Vivos

  Descoberto um dos primeiros animais do Atlântico primitivo
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Papagaio da Austrália ficou com as asas maiores
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Quanto tempo é que os ovos dos dinossauros levavam a chocar?
11.º Ano GEOLOGIA - II, Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres

  As borboletas diurnas de Portugal estão em risco
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Livro vermelho dos invertebrados pode avançar até 2018
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Identificadas proteínas envolvidas na infecção do vírus Zika
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Lua formou-se há 4510 milhões de anos
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Certas bactérias aumentam 4 vezes o risco de contrair o VIH
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças


  • C. Nat. 7
  • C. Nat. 8
  • C. Nat. 9
  • BIO 10
  • BIO 11
  • BIO 12
  • GEO 10
  • GEO 11
  • GEO 12


  • LOJA
  • FÓRUM
  • ESCOLA
  • EXPLICACOES ONLINE


  • Twitter
  • Facebook
  • YouTube
  • Youtube
  • Instagram
  • Linkedin
  • © netxplica. luisqueiroga@netxplica.com
  • Powered by: HTML5 UP