C�rneas biossint�ticas permitem restaurar parcialmente vis�o

12.� Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doen�as

Ensaio cl�nico realizado na Su��a
C�rneas biossint�ticas permitem restaurar parcialmente vis�o
26.08.2010 - P�BLICO.PT | Lusa

Foto: Lu�s Efig�nio

A taxa de sucesso completo do procedimento entre 112 doentes volunt�rios rondou os 76,6 por cento

C�rneas biossint�ticas implantadas cirurgicamente permitiram restaurar parcialmente a vis�o de alguns doentes, segundo um ensaio cl�nico realizado na Su�cia a dez pacientes.

A investiga��o, a cargo de uma dupla de cientistas suecos e canadianos e publicada esta quarta-feira na revista m�dica Science Translational Medicine, revela que as c�rneas criadas em laborat�rio podem incitar os nervos e tecidos oculares danificados a regenerarem-se, restaurando a vis�o da mesma forma com que o fazem as c�rneas de dadores.

�Este estudo cl�nico � importante porque, pela primeira vez, mostra que uma c�rnea fabricada artificialmente pode integrar-se no olho humano e estimular a regenera��o dos tecidos�, afirmou o seu principal autor deste trabalho, May Griffith, do Instituto de Investiga��o do Hospital de Otava, no Canad�.

Ap�s a investiga��o, a taxa de sucesso completo do procedimento entre 112 doentes volunt�rios rondou os 76,6 por cento.

Para os cientistas, as c�rneas biossint�ticas feitas com colag�nio (prote�na mais abundante no corpo humano) s�o uma esperan�a para os doentes que necessitam de transplantes de c�rnea mas que n�o t�m dadores.

O seu implante evita algumas desvantagens associadas ao tecido humano regular, como a poss�vel transmiss�o de uma doen�a por parte do dador e a rejei��o.

A vis�o humana depende da c�rnea, uma pel�cula de tecido transparente que cobre a superf�cie dos olhos e que refracta a luz para focar as imagens na retina. A pel�cula � fr�gil e pode danificar-se facilmente devido a uma infec��o ou a um desprendimento.

O m�dico May Griffith colaborou neste estudo com o cirurgi�o sueco Per Fagerholm, da Universidade de Link�ping, onde se realizaram as interven��es cir�rgicas. Fagerholm e os seus colegas retiraram o tecido afectado das c�rneas de um dos olhos de dez doentes e substitu�ram-nas por implantes biossint�ticos.

Os m�dicos seguiram a evolu��o dos pacientes durante dois anos ap�s a cirurgia e observaram que as c�lulas e os nervos de nove de dez doentes voltaram a crescer e a envolver o olho completamente.

Em geral, a vis�o melhorou em seis dos dez pacientes operados e, depois de lhes terem sido colocadas lentes de contacto, todos tiveram uma vis�o equivalente ao transplante convencional de c�rnea com tecido humano. Os doentes n�o rejeitaram o implante.

A perda da vis�o devido a doen�a ou les�o na c�rnea atinge mais de dez milh�es de pessoas no mundo.

Quinta Aug 26, 2010 16:35 / netxplica.com

C�rnea artifical pode acabar com espera para transplante
12.09.2010 - DN.PT | CATARINA CRIST�O

Investigadores desenvolveram em laborat�rio implantes feitos a partir de tecido humano que j� permitiram a dez pessoas recuperar a vis�o. O novo m�todo tem enormes vantagens: evita a espera por um dador compat�vel e reduz riscos de rejei��o

Ao longo dos anos, os cientistas t�m batalhado para encontrar um m�todo que acabe com as longas listas de espera para o transplante de c�rnea (camada mais superficial e central do olho), que permite aos doentes recuperar a vis�o. Os dadores n�o s�o em n�mero suficiente e, embora j� existam transplantes de c�rneas artificiais, nem todos as toleram. O grande desafio tem sido conseguir um produto que provoque menos infec��es e rejei��es.

Segundo a edi��o da revista Science Translational Medicine, a solu��o poder� estar muito pr�xima. A partir de c�rneas artificiais � base de colag�nio (tecido humano), uma equipa de investigadores suecos e canadianos conseguiu que dez pessoas voltassem a ver perfeitamente. A novidade est� no material usado, que, por conter genes humanos, n�o � rejeitado pelo organismo.

"Os resultados s�o muito encorajadores. O objectivo � chegar a um produto que beneficie todas as pessoas que n�o tenham um dador compat�vel e estejam h� anos em listas de espera para o transplante", sublinhou ao DN Per Fagerholm, investigador do Hospital Universit�rio de Oftalmologia de Link�ping, na Su�cia, acrescentando: "No final, acredito que as vantagens das c�rneas biossint�ticas far�o delas um produto melhor at� que os �rg�os doados."

A perda da vis�o devido a doen�a ou les�o na c�rnea atinge mais de dez milh�es de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, cerca de 200 mil pessoas sofrem de problemas de c�rnea e, destas, perto de mil est�o em lista de espera para um transplante.

Os especialistas portugueses mostram-se entusiasmados com a descoberta, mas chamam a aten��o que a investiga��o ainda est� numa fase muito preliminar.

"Obviamente que esta investiga��o vai ter benef�cios para a popula��o, reduzindo o n�mero de doentes e complica��es. Mas to-do o processo de avalia��o ainda esta no in�cio", lembra Joaquim Murta, do Servi�o de Oftalmologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

"As c�rneas para transplante s�o colhidas de dadores cad�veres, estudadas previamente quanto � compatibilidade ou n�o. No entanto, a procura � muito superior �s c�rneas colhidas", constata Mun Faria, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A vis�o humana depende da c�rnea, uma pel�cula de tecido transparente que cobre a superf�cie dos olhos e que refracta a luz para focar as imagens na retina. A pel�cula � fr�gil e pode danificar- -se facilmente devido a uma infec��o ou a um desprendimento. Nestes casos, h� uma perda da sua transpar�ncia e os doentes deixam de ver parcial ou totalmente. � ent�o preciso um transplante de c�rnea para recuperarem a vis�o.

Durante a investiga��o, os m�dicos retiram cirurgicamente a parte danificada da c�rnea de dez doentes e substitu�ram-na pelo implante biossint�tico � base de colag�nio. Durante 24 meses, a massa artificial criou o ambiente ideal para que as c�lulas e nervos do olho se multiplicassem, da mesma forma que acontece com as c�rneas de dadores.

"Conseguimos demonstrar que uma c�rnea fabricada artificialmente pode integrar-se no olho humano e estimular a regenera��o dos tecidos. No final do tratamento estavam a ver quase a 100%", adiantou tamb�m ao DN a investigadora May Griffith, do Instituto de Investiga��o do Hospital de Otava, no Canad�.

"A procura de materiais sint�ticos, o mais biocompat�veis poss�veis, que substituam a c�rnea e evitem a rejei��o, � um trabalho de investiga��o de longa du- ra��o", indica Joaquim Murta. "Este material descrito � ainda algo de muito recente desenvolvimento, est� na fase um do ensaio cl�nico. Mas ser� certamente mais uma esperan�a na resolu��o destes problemas", espera o oftalmologista.

Lu�s Gouveia Andrade, oftalmologista no Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa, olha para a descoberta com satisfa��o: "As grandes dificuldades do transplante resultam da dificuldade em arranjar dadores, no risco de rejei��o com nova perda de vis�o e necessidade de nova cirurgia e, depois, no tempo de recupera��o, habitualmente prolongado". Por isso, "a possibilidade de utilizar uma c�rnea sint�tica ir� permitir o tratamento de muitos mais doentes".

Para o m�dico, a grande vantagem das novas c�rneas artificiais � evitar a rejei��o. "Os implantes n�o cont�m c�lulas vivas, mas imitam a estrutura da camada mais espessa da c�rnea, formando uma base para a reconstitui��o das restantes camadas. Como tal, n�o existe risco de rejei��o ou de infec��o a partir deste implante."

Embora o estudo tenha sido feito apenas em dez pessoas, Lu�s Gouveia Andrade n�o tem d�vidas sobre a sua validade "�, de facto, uma amostra muito reduzida que dever� ser refor�ada por estudos adicionais. Apesar de tudo, os resultados s�o importantes porque os doentes foram acompanhados durante dois anos."

"Qualquer investiga��o neste campo � muito importante. Ainda que experimentais, estas c�rneas parecem ser prometedoras, dado n�o provocar rejei��o, e ter a possibilidade de substituir os transplantes humanos, de que h� uma grande lista de espera", justifica a oftalmologista Mun Faria.

No entanto, alerta, "qualquer trabalho tem sempre de ser primeiro conhecido e testado no meio cient�fico".

Domingo Sep 12, 2010 12:29 / netxplica.com

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