Tuberculose: Portugal continua acima da m�dia europeia

12.� Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doen�as

Tuberculose: Portugal continua acima da m�dia europeia

Portugal registou em 2008 uma descida de 7% no n�mero de casos de tuberculose, mas a taxa de incid�ncia ainda continua acima da m�dia da Uni�o Europeia (UE), segundo dados da Direc��o-Geral da Sa�de.
No ano passado, foram diagnosticados 2.916 casos, incluindo casos novos (2.686) e retratamentos, dos quais 2.519 eram portugueses e 397 imigrantes, revelou o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose em Portugal, Fonseca Antunes. Em 2007, tinham sido diagnosticados 3.158 casos desta doen�a.

Os homens continuam a ter uma frequ�ncia duas vezes superior � das mulheres. �Em cada tr�s doentes, dois s�o homens�, referiu Fonseca Antunes, que trabalha nesta �rea h� duas d�cadas.

A prop�sito do Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala a 24 de Mar�o, Fonseca Antunes adiantou que a diminui��o do n�mero de casos se insere numa tend�ncia que, na �ltima d�cada, se salda em menos 7,2% ao ano. No entanto, adiantou, a taxa de incid�ncia em Portugal ainda � ligeiramente maior � m�dia da Uni�o Europeia, que se situa nos 17 casos por 100 mil/habitantes.

Fonseca Antunes explicou que esta discrep�ncia se deve ao facto de Portugal ainda estar a sofrer a influ�ncia de uma situa��o �bastante desfavor�vel� que teve at� finais da d�cada de 60 e que se reflectiu - dado o n�vel end�mico de ent�o - nas gera��es posteriores, porque esta doen�a pode ter �d�cadas de lat�ncia �.

No entanto, a luta contra a tuberculose tem dado resultados positivos em Portugal. Os estudos epidemiol�gicos revelam que o risco de ser infectado por tuberculose reduziu para metade nos �ltimos 13 anos.

A idade mediana dos doentes situa-se entre os 35 e os 44 anos, mas a tend�ncia � para ser �aliviada nos mais novos�, sublinhou o respons�vel.

A distribui��o geogr�fica � bastante assim�trica: seis distritos do Continente (Vila Real, Viana do castelo, Porto, Lisboa, Set�bal e Algarve) s�o �reas de incid�ncia interm�dia (acima de 20 por 100 mil habitantes), enquanto 12 distritos e as duas regi�es aut�nomas s�o de baixa incid�ncia.

As popula��es de maior risco de desenvolver a doen�a ou de ser infectadas s�o as que contactaram com a tuberculose, pessoas infectadas com o VIH (que representam 14 por cento dos doentes com tuberculose), estrangeiros oriundos de pa�ses de alta preval�ncia desta doen�a, os toxicodependentes e os reclusos.

Em todos estes grupos tamb�m se registou uma diminui��o do n�mero de casos: cerca de um ter�o em cinco anos.

Os jovens at� aos 15 anos representam 2,1 por cento dos casos registados no ano passado - 58, contra 73 em 2004.

Fonseca Antunes salientou que este � um �indicador sentinela muito fi�vel�, na medida em que as crian�as s�o, por um lado, �muito vulner�veis�, e, por outro, n�o t�m comportamentos de risco: �elas s�o testemunho do que se passa na popula��o geral�.

A taxa de mortalidade por tuberculose, que est� muitas vezes associada a outras patologias, situa-se nos 1,4 por cem mil habitantes, tendo descido para metade na �ltima d�cada.

Segundo Fonseca Antunes, Portugal continua a superar as metas de resultado propostas pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) para o controlo da doen�a: a detec��o de, pelo menos, 70 por cento dos casos contagiosos e a cura de 85 por cento desses casos.

Em Portugal, a detec��o dos casos ronda os 90 por cento e o sucesso terap�utico ao fim de um ano os 87 por cento.

Apesar dos progressos, o respons�vel da luta contra a tuberculose frisou que os indicadores �n�o permitem abrandar as medidas de combate � doen�a, dado que o n�vel end�mico � ainda consider�vel, particularmente nos grandes meios urbanos�.

Di�rio Digital / Lusa
16.03.2009

Segunda Mar 16, 2009 12:36 / netxplica.com

Tuberculose: 30 novos casos de multiresist�ncia por ano

A incid�ncia de casos de tuberculose multiresistente tem-se mantido est�vel em Portugal, onde todos os anos surgem 30 novos casos desta doen�a, que representa uma amea�a crescente a n�vel mundial, segundo o coordenador da luta contra a tuberculose.
�Este fen�meno (TBRM) tem estado contido para n�veis que variam entre 1,5 a dois por cento dos casos confirmados de tuberculose�, disse em entrevista � Ag�ncia Lusa o coordenador do Programa Nacional da Luta Contra a Tuberculose, a prop�sito do Dia Mundial da doen�a, que se assinala a 24 de Mar�o.

Estes casos est�o concentrados maioritariamente na �rea Metropolitana de Lisboa, revelou Fonseca Antunes, apontando como uma das raz�es para esta situa��o a concentra��o de imigrantes oriundos de pa�ses com alta preval�ncia de tuberculose, que t�m um risco tr�s vezes maior de ter multiresist�ncia.

Esta doen�a tem como factores de risco o retratamento, contacto com a doen�a, actividade profissional em unidades de sa�de, infec��o por V�rus de Imunodefici�ncia Humana (VIH), toxicodepend�ncia, reclus�o e imigra��o de pa�ses com alta preval�ncia de tuberculose.

Como factores potenciais da doen�a, Fonseca Antunes aponta �a m� qualidade da prescri��o, relacionada com a qualifica��o dos servi�os, m� gest�o dos circuitos de armazenamento, distribui��o e dispers�o de medicamentos, m� qualidade de fabrico e m� ades�o dos doentes ao tratamento�.

A gravidade da tuberculose multiresistente fez com que fosse considerada uma �rea priorit�ria em 2007 pelo Programa Nacional, tendo sido criados Centros de Refer�ncia para a doen�a e adoptadas v�rias medidas, como o aumento das capacidades de isolamento ambiental das institui��es hospitalares atrav�s da rede de quartos de press�o negativa.

�A rede de quartos de isolamento adequado tem vindo a sofrer um incremento muito significativo�, disse Fonseca Antunes, considerando que a �capacidade actual nacional � suficiente para as necessidades�.

Em 18 meses, frisou, esta interven��o j� apresenta resultados positivos observados atrav�s da avalia��o do sucesso terap�utico, que resultou numa redu��o da mortalidade.

No entanto, � preciso �refinar� o sistema de vigil�ncia e monitoriza��o para detectar o mais cedo poss�vel a doen�a, defendeu, alertando ainda para os casos de XDR, um subgrupo mais grave da multiresist�ncia, que tamb�m tem-se mantido consistente em Portugal.

�H� modelos matem�ticos que revelam que o sucesso obtido com determinado tipo de esfor�o de controlo da doen�a pode retroceder se o esfor�o se mantiver igual�, frisou.

Fonseca Antunes salientou que h� mais de 45 pa�ses no mundo que t�m registos de XDR, mas na maior parte dos pa�ses nem sequer h� vigil�ncia, porque requer laborat�rios muito especializados.

Para o respons�vel, a crise financeira que se atravessa �acarreta um risco enorme de cat�strofe em rela��o aos resultados conseguidos, a n�vel mundial, nas �ltimas duas d�cadas� no combate a esta doen�a.

�Conseguiu-se pela primeira vez diminuir a taxa de incid�ncia e isto vai perder-se, muito provavelmente, se houver cortes de financiamento�, sustentou, acrescentando: �Se a situa��o de alguns pa�ses j� � deplor�vel, tende a agravar-se�.

Di�rio Digital / Lusa
16.03.2009

Segunda Mar 16, 2009 12:37 / netxplica.com

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