1 em cada 2 mulheres tem uma infecção urinária por ano

12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

Aveiro recebe amanhã e sábado congresso sobre o tema
Uma em cada duas mulheres tem uma infecção urinária por ano
29.01.2009 - PÚBLICO.PT | Lusa

Paulo Ricca (arquivo)

Quem tem uma infecção urinária tem 25 por cento de probabilidade de voltar a ter outra

Uma em cada duas mulheres tem uma infecção urinária por ano, uma situação que provoca a perda de "inúmeras" horas de trabalho e a "diminuição grave" da qualidade de vida, alertou hoje um especialista. As infecções e a incontinência urinárias vão ser debatidas amanhã e sábado, em Aveiro, no VI Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Neuro-Urologia e Uro-Ginecologia (APNUG), que pretende sensibilizar para as formas de tratamento, diagnóstico e prevenção destas situações.

Segundo dados da associação, uma em casa duas mulheres em idade sexualmente activa tem uma infecção urinária por ano, que são responsáveis por cerca de 32.000 consultas anuais, das quais cerca de 13.000 no âmbito da urologia. "As infecções urinárias são muito frequentes nas mulheres e são fonte de perda de inúmeras horas de trabalho, de diminuição grave de qualidade de vida e podem evoluir, em algumas circunstâncias, para infecções mais graves com atingimento renal e com repercussão sistémica", disse o presidente da associação, Pedro Diniz. A associação refere também que quem tem uma infecção urinária tem 25 por cento de probabilidade de voltar a ter outra.

Recentemente, uma modelo brasileira de 20 anos, finalista do concurso de beleza de Miss Mundo, sofreu amputação das mãos e dos pés na sequência da uma grave infecção urinária, tendo acabado por morrer. Pedro Diniz afirmou que esta situação "é o extremo dos extremos" a que pode chegar uma infecção urinária, originando uma septicémia, uma infecção disseminada na corrente sanguínea. "Mas são situações raríssimas", afirmou o urologista.

Há factores que contribuem para o aparecimento destas infecções como ter múltiplos parceiros sexuais, incontinência urinária, uso de espermicidas vaginais e baixos níveis de estrogénio (mulheres pós-menopáusicas). O médico salientou que há mulheres que facilitam no tratamento destas infecções, porque na maioria dos casos não matam e não deixam sequelas permanentes, mas alertou que muitas vezes podem esconder situações mais graves ou evoluir para isso.

A incontinência urinária será outro tema debatido no congresso. "É um icebergue escondido, uma vez que atinge uma grande percentagem da população", sublinhou o urologista. "Muitas vezes por embaraço de dizer os sintomas ou por pensar que faz parte do envelhecimento, a maior parte das pessoas (quatro em cada cinco) não está adequadamente diagnosticada, nem orientada", sustentou. Para o médico, há um "trabalho de raiz" a fazer e que passa pela sensibilização da população para o facto de que a maior parte da incontinência urinária é curável.

Quinta Jan 29, 2009 20:00 / netxplica.com

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