Transplante de traqueia com tecido do paciente

12.� Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doen�as

M�dicos fazem transplante de traqueia com tecido do paciente

M�dicos europeus realizaram um transplante de traqueia com tecido do pr�prio paciente, eliminando a possibilidade de rejei��o do �rg�o, segundo noticia na sua p�gina da Internet a revista m�dica brit�nica The Lancet.
�Esta t�cnica � muito promissora�, afirmou o m�dico Eric Genden, que realizou em 2005 no Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque, um transplante semelhante. At� ao momento, s� foram realizados cinco transplantes de traqueia, podendo este procedimento constituir uma nova forma de tratamento, caso se confirme ser eficaz.

Cl�udia Castillo, uma mulher colombiana de 30 anos a residir em Espanha, sofria de tuberculose h� v�rios anos e dependia de internamentos hospitalares regulares para desobstruir as suas vias respirat�rias, depois de ter sofrido um colapso agudo do pulm�o esquerdo, em Mar�o. Inicialmente, os m�dicos pensaram que a �nica possibilidade era a remo��o de todo o pulm�o esquerdo, mas o chefe de cirurgia de um hospital de Barcelona prop�s que fosse realizado, em vez disso, um transplante de traqueia.

Uma vez encontrado um dador, os m�dicos retiraram todas as c�lulas da traqueia, deixando apenas um tubo de tecido. Entretanto, cl�nicos da Universidade de Bristol, no Reino Unido, retiraram uma amostra de osso da anca de Cl�udia Castillo, usando-a para criar milh�es de c�lulas epiteliais e de cartilagem, de forma a cobrir a traqueia.

O transplante foi ent�o realizado em Junho, n�o havendo, assim, risco de rejei��o por parte do organismo, o que a comunidade m�dica de todo o mundo considera constituir um grande avan�o. De acordo com os m�dicos da paciente transplantada, Cl�udia Castillo consegue agora percorrer dist�ncias significativas sem ficar com falta de ar mas os progressos est�o a ser minuciosamente monitorizados, uma vez que ter�o de passar tr�s anos para se poder ter a certeza de que a estrutura de cartilagem da traqueia est� s�lida e n�o vai desfazer-se.

De acordo com Martin Birchall, professor da Universidade de Bristol, esta t�cnica poder� at� ser adaptada ao transplante de outros �rg�os, como o intestino, a bexiga ou o aparelho reprodutivo.

Di�rio Digital / Lusa
19.11.2008

Quarta Nov 19, 2008 15:15 / netxplica.com

Cirurgia foi no Hospital Cl�nic em Barcelona
Cirurgi�es conseguem fazer transplante de traqueia in�dito no mundo
19.11.2008 - P�BLICO.PT | Andrea Cunha Freitas

Reuters

Cl�udia Castillo sofria de um bloqueio no seu pulm�o esquerdo ap�s uma tuberculose que lhe provocou danos graves na traqueia

A hist�ria, a voz e o rosto de Cl�udia Castillo correram mundo ap�s a divulga��o da not�cia publicada ontem no The Lancet. Afinal, esta columbiana bonita de 30 anos e com dois filhos (um rapaz de quinze e uma menina de quatro anos e meio) � a figura central do primeiro transplante de traqueia conseguido com recurso �s suas c�lulas estaminais.

A cirurgia consistiu na recolha de uma traqueia de um dador que, depois de ser �limpa� e repovoada com as c�lulas de Cl�udia, foi transplantada para o corpo desta doente que tinha o pulm�o esquerdo danificado por uma tuberculose.

A opera��o foi realizada em Junho por uma equipa de cirurgi�es do Hospital Clin�c, em Barcelona (Espanha), uma parte importante do complexo processo de cultura de c�lulas foi desenvolvido na Universidade de Bristol, em Inglaterra, e o trabalho de engenharia de tecidos teve o contributo de uma equipa de investigadores italianos, da Universidade de Mil�o, que desenhou o bioreactor onde as c�lulas de Claudia se uniram ao tecido do dador. �� um �rg�o personalizado, h�brido�, refere o cirurgi�o Paolo Macchiarini, do Servi�o de Cirurgia Tor�cica do Hospital Cl�nic e que liderou a equipa internacional.

Neste caso foi usado um excerto de sete cent�metros de uma traqueia doada por uma mulher de 51 anos que morreu na sequ�ncia de uma hemorragia cerebral. Este tecido foi alvo de 25 ciclos de lavagem para que ficasse livre das c�lulas do dador. Enquanto isso, as c�lulas estaminais de Cl�udia removidas das suas ancas, vias a�reas saud�veis e nariz foram cultivadas para mais tarde colonizar o tecido do dador.

O delicado processo que permitiu pegar num �rg�o de um dador e reconstru�-lo com as c�lulas de Cl�udia como se fosse seu tem a importante vantagem de dispensar os f�rmacos (imunossupressores) que habitualmente s�o usados ap�s um transplante para minimizar o risco de rejei��o. Dificilmente o corpo de Cl�udia iria rejeitar um �rg�o com seu material gen�tico. �O risco � quase zero�, precisa Macchiarini.

Cl�udia sofria de um bloqueio no seu pulm�o esquerdo ap�s uma tuberculose que lhe provocou danos graves na traqueia (logo ap�s a bifurca��o que divide o �rg�o em direc��o aos pulm�es). Segundo o comunicado divulgado ontem pelo Hospital Cl�nic a �nica op��o terap�utica seria extrair o pulm�o. Em Mar�o, o estado de sa�de de Cl�udia piorou. Gestos t�o simples como pegar na sua filha ao colo passaram a estar-lhe inacess�veis, conta a doente numa grava��o de v�deo disponibilizada aos jornalistas. Em Junho, os especialistas fizeram a cirurgia e hoje Cl�udia tem uma vida normal.

Segundo Paolo Macchiarini esta opera��o pode servir de alternativa para doen�as das vias respirat�rias que actualmente n�o podem ser tratadas pelas cirurgias convencionais, tais como tumores prim�rios ou malforma��es cong�nitas. Nos Estados Unidos, j� tinham sido implantados em pacientes �rg�os produzidos em laborat�rio com as suas pr�prias c�lulas.

Quarta Nov 19, 2008 19:48 / netxplica.com

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